terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Poema 17 - Tasso da Silveira

"Esquece o tempo. O tempo não existe.
Acende a chama às límpidas lanternas.
Nossas almas, a ansiar no mundo triste,
são de uma mesma idade: são eternas.


Se no meu rosto lês mortais cansaços,
é natural. A luta foi renhida:
caminhei tantos passos, tantos passos
para que te encontrasse em minha vida...


Não medites o tempo. Se muito antes
de ti cheguei, para a áspera, inclemente
sina de navegar por este mar,


foi para que tivesse olhos orantes,
e me purificasse longamente
na infinita aflição de te esperar..."



Tasso fala belamente sobre este mistério que nos envolve: o tempo. Que é ele além de dúvidas, idas e vindas, medos e surpresas? É o tempo o transporte da vida. É nele que embarcam as histórias, as lembranças, o futuro. O tempo é o motivo pelo qual se vive, algumas vezes em vão, outras não.
Tudo é eterno, basta que viva. A morte se encontra no abandono, mas aquele que se delicia com os simples prazeres viverá eternamente. Sorrir, cantar, esperar por alguém. A esperança purifica a alma, acalma o coração, prepara o corpo.
Navegar é preciso.

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